Há 5 anos iniciei meu tratamento e gastei uma quantia boa de dinheiro para consertar problemas sérios na boca, no rosto e até pescoço. Há 5 anos. Já deveria estar tudo pronto e bonitinho há 3 anos, ou 2, porque ok, sou boazinha de vez em quando.
Eu não sou uma pessoa que se entrega muito, não consigo fazer amizades rapidamente, mas sou sociável suficiente pra ser amiga, ao menos, do meu dentista... E é aí que reside o meu grande problema: não sei pressionar as pessoas, não sei cobrar porque penso que cada um deve saber, e bem, tudo o que se deve fazer e, principalmente, se esperam que você o faça bem feito.
Então hoje vou entrar na sala do russo - é, o cara é russo - e vou dizer que preciso terminar meu tratamento até dezembro porque vou me mudar para outro estado e não posso continuar nisso morando tão longe. É que relacionamentos à distância raramente funcionam e nós precisamos terminar esta relação 'bucal' (!) e seguirmos com nossas vidas.
;)
Só estou esperando ele chamar: Bianca, sua vez!
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E, não é que rolou na boa?! Eu disse que preciso me mudar no fim do ano e que temos que terminar logo e... Ok. Ele não gosta muito de jogar conversa fora. Nossa relação é mesmo platônica, eu fico de boca aberta, ele usa suas ferramentas e diz que eu preciso voltar na próxima semana.
Ok. Vamos ver como vai ficar esse ok, se ele vai continuar no ritmo que estava hoje ou se vai voltar a esperar que eu 'discuta nossa relação novamente'. Vou contar na próxima consulta que vou entrar pra faculdade no início do próximo ano, não virei mais ao Rio por um bom tempo.
E na próxima, vou contar que vou me aventurar no mundo dos negócios, e que em novembro vou fazer parte de uma feira de negócios.
Aí, da próxima vez, vou contar como pretendo voltar a trabalhar.
E então aviso que até o dia 15 de dezembro temos um prazo final, porque pretendo passar o natal com amigos na Itália (e vou torcer e fazer todo o possível pra conseguir todo o dinheiro necessário), e assim, espero eu, que o meu dentista russo, entenda que não volto mais, mas um dia, quem sabe, eu o visite.
Foi um bom dia. Eu me forcei a dirigir até o prédio do consultório, e por mais bobo que possa parecer, foi libertador. Eu voltei a dirigir por prazer e não só obrigação de me sentir responsável, ou porque todo mundo gosta de dirigir e eu não andava curtindo muito. Eu voltei a dirigir e descobri que eu gosto dessa minha liberdade, da música que ouço no carro, do ar geladinho, das janelas fechadas e até do trânsito das 4 da tarde. É, eu gosto de ser dona do meu nariz.